domingo, 14 de setembro de 2008

Quinhentismo

Olá, pessoal!
Retomando a Literatura, chegou a vez do Quinhentismo.
O próprio nome já nos dá a dica do período em que ocorreu este Movimento Literário - o primeiro no Brasil.
O Quinhentismo teve início em 1500 e foi até 1601.

domingo, 15 de junho de 2008

Canto I


O poeta indica o assunto global da obra, pede inspiração às ninfas do Tejo e dedica o poema ao Rei D. Sebastião. Na estrofe 19 inicia a narração de viagem de Vasco da Gama, referindo brevemente que a Armada já se encontra no Oceano Índico, no momento em que os deuses do Olimpo se reúnem em Concílio convocado por Júpiter, para decidirem se os Portugueses deverão chegar à Índia.
Com o apoio de Vénus e Marte e apesar da oposição de Baco, a decisão é favorável aos Portugueses que, entretanto, chegam à Ilha de Moçambique. Aí Baco prepara-lhes várias ciladas que culminam com o fornecimento de um piloto por ele instruído para os conduzir ao perigoso porto de Quíloa. Vénus intervém, afastando a armada do perigo e fazendo-a retomar o caminho certo até Mombaça. No final do Canto, o poeta reflecte acerca dos perigos que em toda a parte espreitam o Homem.


Canto II


O rei de Mombaça, influenciado por Baco, convida os Portugueses a entrar no porto para os destruir. Vasco da Gama, ignorando as intenções, aceita o convite, pois os dois condenados que mandara a terra colher informações tinham regressado com uma boa notícia de ser aquela uma terra de cristãos. Na verdade, tinham sido enganados por Baco, disfarçado de sacerdote. Vénus, ajudada pelas Nereidas, afasta a Armada, da qual se põem em fuga os emissários do Rei de Mombaça e o falso piloto.
Vasco da Gama, apercebendo-se do perigo que corria, dirige uma prece a Deus. Vénus comove-se e vai pedir a Júpiter que proteja os Portugueses, ao que ele acede e, para a consolar, profetiza futuras glórias aos Lusitanos. Na sequência do pedido, Mercúrio é enviado a terra e, em sonhos, indica a Vasco da Gama o caminho até Melinde onde, entretanto, lhe prepara uma calorosa recepção. A chegada dos Portugueses a Melinde é efectivamente saudada com festejos e o Rei desta cidade visita a Armada, pedindo a Vasco da Gama que lhe conte a história do seu país.


Canto III


Após uma invocação do poeta a Calíope, Vasco da Gama inicia a narrativa da História de Portugal. Começa por referir a situação de Portugal na Europa e a lendária história de Luso a Viriato. Segue-se a formação da nacionalidade e depois a enumeração dos feitos guerreiros dos Reis da 1.ª Dinastia, de D. Afonso Henriques a D. Fernando.
Destacam-se os episódios de Egas Moniz e da Batalha de Ourique, no reinado de D. Afonso Henriques, e o da Formosíssima Maria, da Batalha do Salado e de Inês de Castro, no reinado de D. Afonso IV.


Canto IV


Vasco da Gama prossegue a narrativa da História de Portugal. Conta agora a história da 2.ª Dinastia, desde a revolução de 1383-85, até ao momento, do reinado de D. Manuel, em que a Armada de Vasco da Gama parte para a Índia.
Após a narrativa da Revolução de 1383-85 que incide fundamentalmente na figura de Nuno Álvares Pereira e na Batalha de Aljubarrota, seguem-se os acontecimentos dos reinados de D. João II, sobretudo os relacionados com a expansão para África.
É assim que surge a narração dos preparativos da viagem à Índia, desejo que D. João II não conseguiu concretizar antes de morrer e que iria ser realizado por D. Manuel, a quem os rios Indo e Ganges apareceram em sonhos, profetizando as futuras glórias do Oriente. Este canto termina com a partida da Armada, cujos navegantes são surpreendidos pelas palavras profeticamente pessimistas de um velho que estava na praia, entre a multidão. É o episódio do Velho do Restelo.


Canto V


Vasco da Gama prossegue a sua narrativa ao Rei de Melinde, contando agora a viagem da Armada, de Lisboa a Melinde.
É a narrativa da grande aventura marítima, em que os marinheiros observaram maravilhados ou inquietos o Cruzeiro do Sul, o Fogo de Santelmo ou a Tromba Marítima e enfrentaram perigos e obstáculos enormes como a hostilidade dos nativos, no episódio de Fernão Veloso, a fúria de um monstro, no episódio do Gigante Adamastor, a doença e a morte provocadas pelo escorbuto.
O canto termina com a censura do poeta aos seus contemporâneos que desprezam a poesia.


Canto VI


Finda a narrativa de Vasco da Gama, a Armada sai de Melinde guiada por um piloto que deverá ensinar-lhe o caminho até Calecut.
Baco, vendo que os portugueses estão prestes a chegar à Índia, resolve pedir ajuda a Neptuno, que convoca um Concílio dos Deuses Marinhos cuja decisão é apoiar Baco e soltar os ventos para fazer afundar a Armada. É então que, enquanto os marinheiros matam despreocupadamente o tempo ouvindo Fernão Veloso contar o episódio lendário e cavaleiresco de Os Doze de Inglaterra, surge uma violenta tempestade.
Vasco da Gama vendo as suas caravelas quase perdidas, dirige uma prece a Deus e, mais uma vez, é Vénus que ajuda os Portugueses, mandando as Ninfas seduzir os ventos para os acalmar.
Dissipada a tempestade, a Armada avista Calecut e Vasco da Gama agradece a Deus. O canto termina com considerações do Poeta sobre o valor da fama e da glória conseguidas através dos grandes feitos.


Canto VII


A Armada chega a Calecut. O poeta elogia a expansão portuguesa como cruzada, criticando as nações europeias que não seguem o exemplo português. Após a descrição da Índia, conta os primeiros contactos entre os portugueses e os indianos, através de um mensageiro enviado por Vasco da Gama a anunciar a sua chegada.
O mouro Monçaíde visita a nau de Vasco da Gama e descreve Malabar, após o que o Capitão e outros nobres portugueses desembarcam e são recebidos pelo Catual e depois pelo Samorim. O Catual visita a Armada e pede a Paulo da Gama que lhe explique o significado das figuras das bandeiras portuguesas. O poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego, ao mesmo tempo que critica duramente os opressores e exploradores do povo.


Canto VIII


Paulo da Gama explica ao Catual o significado dos símbolos das bandeiras portuguesas, contando-lhe episódios da História de Portugal nelas representados. Baco intervém de novo contra os portugueses, aparecendo em sonhos a um sacerdote brâmane e instigando-o através da informação de que vêm com o intuito da pilhagem.
O Samorim interroga Vasco da Gama, que acaba por regressar às naus, mas é retido no caminho pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os portugueses depois destes lhes entregarem as fazendas que traziam. O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.


Canto IX


Após vencerem algumas dificuldades, os portugueses saem de Calecut, iniciando a viagem de regresso à Pátria. Vénus decide preparar uma recompensa para os marinheiros, fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. Para isso, manda o seu filho cúpido desfechar setas sobre as Ninfas que, feridas de Amor e pela Deusa instruídas, receberão apaixonadas os Portugueses.
A Armada avista a Ilha dos Amores e, quando os marinheiros desembarcam para caçar, vêem as ninfas que se deixam perseguir e depois seduzir. Tétis explica a Vasco da Gama a razão daquele encontro (prémio merecido pelos “longos trabalhos”), referindo as futuras glórias que lhe serão dadas a conhecer. Após a explicação da simbologia da Ilha, o poeta termina, tecendo considerações sobre a forma de alcançar a Fama.


Canto X


As Ninfas oferecem um banquete aos portugueses. Após uma invocação do poeta a Calíope, uma ninfa faz profecias sobre as futuras vitórias dos portugueses no Oriente. Tétis conduz Vasco da Gama ao cume de um monte para lhe mostrar a Máquina do Mundo e indicar nela os lugares onde chegará o império português. Os portugueses despedem-se e regressam a Portugal.
O poeta termina, lamentando-se pelo seu destino infeliz de poeta incompreendido por aqueles a quem canta e exortando o Rei D. Sebastião a continuar a glória dos Portugueses.

domingo, 8 de junho de 2008

domingo, 25 de maio de 2008

Lusíadas?


E qual seria o significado de Lusíada?

Deuses


Os deuses e outras entidades pagãs presentes durante toda a narrativa são uma das exigências da epopéia clássica.
No poema vemos constantemente as figura de Vênus e Baco e seus aliados. Ela, a deusa que protegia os navegadores, e ele - seu opositor - que punha obstáculos à realização dos feitos dos portugueses.
Cada um dos deuses que aparecem durante a obra tem papel importante no desenrolar dos fatos.

Os Lusíadas




Os Lusíadas, como já sabem, é uma obra do escritor português Luís Vaz de Camões.




É um poema épico fascinante, dividido em dez cantos, sendo eles compostos por 8.816 versos, ditribuídos em 1.102 estrofes com esquema rímico ab, ab, ab, cc.



A obra é dividida em cinco partes:


1ª Parte: Proposição - a apresentação do assunto.


2ª Parte: Invocação - Camões invoca as Tágides para inspirá-lo.

3ª Parte: Oferecimento ou Dedicatória - oferece a obra ao rei D. Sebastião (aquele que concedeu-lhe a mísera pensão de 15.000 réis).









4ª Parte: Narração - A parte mais longa do poema, que vai do verso 19 até o final do canto X. Camões narra a viagem de Vasco da Gama de ida e volta das Índias. Durante a viagem são relatados fatos importantes da história de Portugal. Ou seja, a viagem é um pretexto para o autor relatar a história de sua pátria.

5ª Parte: Epílogo, que é a última parte do canto X. Camões fala, melancolicamente, sobre sua pátria que encaminha-se inevitavelmente para a ruína. Coincidência ou profecia, em 1580 - oito anos após a publicação da obra - Portugal passa ao domínio espanhol.

sábado, 24 de maio de 2008

Que tal entender um pouco sobre o Classicismo?


Esta escola literária é conhecida também como Renascimento.

Surgiu na Itália e logo se espalhou por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI, e foi considerada o marco inicial da era moderna.

Contexto histórico
Neste período a burguesia comercial e as atividades econômicas estavam crescendo mais e mais na Europa. Este desenvolvimento estimulou a vida urbana e o surgimento de um novo homem, não mais centrado na família, mas sim em seu prestígio conquistado através de talento e esforço próprio, contribuindo para o enriquecimento cultural.

Foi nesta época que grandes obras sobre filosofia, literatura e estudos científicos começaram a ser traduzidas e bastante difundidas.

Essas transformações político-econômicas refletiram diretamente nos poderes da Igreja, culminando na Reforma e na Contra-Reforma.

A Literatura
O Classicismo foi marcado por sua intensa produção literária. A poesia se desenvolveu imensamente, tanto a Lírica como a Épica (que veremos em Os Lusíadas).

As temáticas giravam em torno do espírito humanista, que levava à valorização do homem e suas realizações (antropocentrismo) e conservavam ainda todos os valores e formas da literatura medieval.
O autor que mais se destacou nesta escola literária foi Luís Vaz de Camões.


Quem é Luís Vaz de Camões?



Antes de iniciarmos o trabalho sobre Os Lusíadas, que tal conhecer um pouco a história de seu ilustre autor?

Bem, Luís Vaz de Camões é este aqui, à esquerda. Aparência, digamos, diferente, não? Pois é... ele não tinha o olho direito mesmo. O perdeu num combate contra os Mouros, em 1549.

Não se sabe ao certo o local de seu nascimento, nem a data. Coimbra e Lisboa (ambas em Portugal) ainda hoje reivindicam ser seu local de nascimento, o que estima-se ter ocorrido entre 1517 e 1525. Ao certo só sabemos a data de sua morte, que foi em 10 de junho de 1580, em Lisboa.

Sua vida é ainda um mistério e envolta de lendas. A maioria dos dados que se sabe são baseados em suposições.

Tinha gênio forte e acabava envolvido em brigas e confusões, o que lhe rendeu sua ida à Índia, embarcado para o serviço militar. Lá ficou cerca de 25 anos, chorando o "exílio amargo e o gênio sem ventura".

Por volta de 1570 voltou a Lisboa com os manuscritos de Os Lusíadas, sua obra-prima. Em 1572 ela foi editada e dedicada a D. Sebastião, o rei de Portugal, que lhe concedeu uma pensão de modestos 15.000 réis.

Apesar de sua fama e prestígio de poeta, morreu na miséria. Teve seu enterro pago por uma instituição de caridade, a Companhia dos Cortesãos.

Quase toda sua obra foi editada portumamente.